Famílias estão aceitando a doação de órgãos; HPA registra taxa de efetivação de 85%

Postado em: 25/09/2020

          O mês de setembro é marcado pela conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos no Brasil. O Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos é celebrado em 27 de setembro, instituído pela Lei nº 11.584, de 28 de novembro de 2007. Em São Paulo, a Lei nº 15.463, de 18 de junho de 2014, instituiu o mês de setembro como dedicado especialmente à conscientização em favor da doação de órgãos, mês que passou a ser conhecido como “Setembro Verde”.

            Com o avanço da pandemia da COVID-19, as doações e transplantes de órgãos diminuíram: o primeiro semestre de 2020 registrou queda de 17% nos transplantes em comparação ao mesmo período de 2019, consequência também do número de doações, que caiu 6%. Os óbitos na fila de espera aumentaram em 34% em comparação ao ano anterior.

            Em 2019, o Hospital Padre Albino registrou 42 doadores de órgãos e tecidos; em 2020, de janeiro a setembro, foram 15 doadores. “Devido à pandemia da COVID-19 é normatização do Ministério da Saúde, desde março, apenas captação de múltiplos órgãos (morte encefálica), após testagem de Swab PCR-RT”, informa Camila Luzia Damiana Chieratto, enfermeira responsável pela Comissão Intrahospitalar de Transplantes (CIHT) da Fundação Padre Albino. Desta forma, pacientes que falecem de coração parado e poderiam doar córneas não estão sendo entrevistados para tal finalidade, acrescenta ela. No entanto, Camila diz que “mesmo com menor número de potenciais doadores estamos com taxa de efetivação de 85%, ou seja, as famílias estão aceitando a doação de órgãos”.

            A enfermeira enfatiza que todo o processo de doação e captação segue rigoroso protocolo sanitário. “A segurança do doador, dos profissionais e dos transplantados é de suma importância para o sucesso, assim como a conscientização das famílias que, em um momento de tristeza, proporcionam alegria e esperança para outros”, finaliza. 

PROJETOS 

            O Brasil possui o maior sistema público de transplantes no mundo e para auxiliar o SUS na qualificação de profissionais e na implementação de técnicas inovadoras na execução de procedimentos complexos, o PROADI-SUS/Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde executa projetos diretamente ligados à promoção de transplantes no SUS.

            A doação de órgãos em vida é restrita e cerca de 90% dos órgãos são provenientes de doadores falecidos. Apesar de o Brasil ser o segundo país em números absolutos de doadores no mundo, cai para a 33ª posição em proporção ao tamanho da população. Atualmente, mais de 30 mil pacientes aguardam por um transplante. Do total de potenciais doações, cerca 40% não são autorizadas pela família e outras 10% são perdidas por falhas no manejo clínico do paciente em morte encefálica.

 

 


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