Pesquisa desvenda o lado “oculto” de dietas restritivas emagrecedoras

Postado em: 05/11/2018

Durante seis meses, alunos do curso de Medicina da UNIFIPA, sob coordenação da Profª Drª Nilce Barril, realizaram pesquisa e avaliações sobre dietas hiperproteicas. Utilizadas como uma das principais estratégias para perda de peso e controle da obesidade, as dietas restritivas têm provocado controvérsia quanto sua efetividade e impactos para o corpo humano. A pesquisa concluiu pela ineficiência dos métodos emagrecedores restritivos quando encerradas as dietas.

Os testes de eficiência, ganho ponderal e perfil bioquímico foram desenvolvidos em laboratório por meio de 20 ratos machos do tipo Wistar, utilizados em pesquisas científicas e experimentais. Os roedores foram separados em “grupo controle” com dieta convencional constituída por ração comercial, e “grupo tratado” com dieta hiperproteica formada por soja texturizada durante 15 semanas em sua primeira fase. Posteriormente, na segunda fase, pós tratamento com soja do “grupo tratado”, os animais receberam a mesma dieta convencional do “grupo controle”, durante outras 15 semanas.

Os resultados parciais mostraram ganho de peso significativamente menor no grupo de ratos com dieta restritiva, quando comparado à dieta convencional na primeira fase do experimento. Entretanto, na segunda fase, as diferenças observadas entre os dois grupos não foram significativas. Ou seja, embora a dieta hiperproteica utilizada no presente estudo tenha resultado em menor ganho de peso, o retorno à dieta normal não resultou na manutenção de peso corporal reduzido, criando assim o temido “efeito sanfona”.

Segundo a Profª Drª Nilce Barril, as dietas hipoglucídica, hiperlipídica e hiperproteica muito difundidas atualmente no mundo são, sem dúvida, famosas pelo rápido emagrecimento. No entanto, os resultados obtidos pela pesquisa apontaram para perda e manutenção de peso provisória e passageira. “O uso de dieta restritiva leva à perda de peso corporal temporária, pois o retorno à dieta normocalórica (convencional) faz com que o organismo volte a ganhar peso”, salienta a professora.

A pesquisa foi executada entre maio e setembro de 2017 pelos alunos do curso de Medicina Rodolfo Barban, Isabela Gerbasi, Natália Sasakino, João Pedro B. Quintino dos Santos, Letícia Alves Amim e Bianca Luiza Katsuda De Luca. Todo o trabalho científico contou com definição de metodologia, cronograma de execução, elaboração e submissão do projeto para aprovação pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da UNIFIPA.

OBESIDADE A obesidade no Brasil se tronou uma realidade efetiva. Essa condição atinge 18,9% dos brasileiros; já o sobrepeso está presente em mais da metade da população (54%). Os dados fazem parte da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgadas em junho deste ano pelo Ministério da Saúde.